Encontro FAZAG integra Agosto Lilás e Setembro Amarelo: cuidado contínuo, redes ativas e autonomia feminina

Em uma roda de conversa promovida pelo curso de Serviço Social da FAZAG, unimos as campanhas Agosto Lilás e Setembro Amarelo para reforçar um compromisso que vai além do calendário: prevenir o suicídio e enfrentar a violência contra a mulher durante todo o ano. Com participação da direção, coordenação, docentes e discentes de Serviço Social e Pedagogia, o encontro trouxe reflexões potentes, práticas de cuidado e orientação sobre a rede de proteção. A mensagem central ecoou em cada fala: cuidar de si para poder cuidar do outro, romper silêncios o ano inteiro e promover pertencimento comunitário.
Por que integrar as campanhas
A coordenadora destacou a conexão direta entre violência de gênero e agravos à saúde mental, justificando a integração das pautas. A violência psicológica — muitas vezes silenciosa — impacta profundamente autoestima, vínculos e projetos de vida. Ao articular Agosto Lilás e Setembro Amarelo, a FAZAG reafirma que saúde mental é direito e prevenção é responsabilidade coletiva, especialmente na escola e na comunidade.
“Que não fique só no mês.” — Direção
“Precisamos andar de mãos dadas.” — Docência
Vozes que inspiram: direção, coordenação e docentes
A direção ressaltou o compromisso institucional com trabalhos de excelência e com a continuidade das pautas. Em fala emocionada, compartilhou vivência pessoal relacionada ao tema do suicídio, lembrando a todos a urgência da escuta ativa e do cuidado cotidiano.
A coordenação trouxe um poema autoral sobre violência contra a mulher e enfatizou a importância de nomear violências muitas vezes invisíveis, como a psicológica e a patrimonial. Já a docência reforçou a parceria entre Pedagogia e Serviço Social, chamando atenção para práticas interdisciplinares desde a formação.
Saúde mental em foco: escuta, presença e limites
A psicóloga convidada, Jaqueline Araújo, compartilhou uma visão acolhedora e prática do cuidado em saúde mental:
- Escuta ativa e expressão emocional diária para evitar “transbordamentos”;
- Higiene do sono, atividade física e presença nas relações (menos urgência do celular, mais encontro real);
- Sinais de sofrimento (psicossomatizações, aceleração do pensamento, isolamento) como pedidos de atenção;
- Vitimização x enfrentamento: reconhecer a dor, reorganizar-se e seguir.
“O seu corpo fala quando a sua mente não é ouvida.”
“Viver pra você precisa ser um patrimônio, não um encargo.”
“Ansiedade é emoção; só vira transtorno quando recorrente e intensa.”
Tripé do cuidado
Em casos de transtornos moderados a severos, foi lembrado o tripé do cuidado: médico, paciente e medicação — quando indicada. Terapia é recomendada ao longo da vida para favorecer autoconhecimento e prevenir adoecimentos.
Observação institucional: práticas e relatos apresentados no encontro não substituem avaliação profissional individualizada.

Autocuidado que cabe no cotidiano
O encontro trouxe exemplos simples e efetivos:
- Rotina de relaxamento (banho consciente, música, respiração);
- Alimentação e hidratação ao longo do dia;
- Vínculos de proximidade: conversar, abraçar, sorrir, pedir ajuda quando necessário.
“Sempre que possível, aproxime-se do que te faz bem e afaste-se do que te faz mal.”
“O sorriso alcança a alma.”
Violência contra a mulher: nomear para romper
A assistente social Saini Silva sistematizou conceitos e estratégias:
- Tipos de violência: física, psicológica, sexual, patrimonial;
- Ciclo da violência: tensão → agressão → “lua de mel”;
- Autonomia e pertencimento como eixos do cuidado;
- Educação como ponte: a escola identifica sinais precoces, aciona fluxos e articula com o Serviço Social e a Psicologia.
“Nomear a violência é o primeiro passo para rompê-la.”
“Notificar salva vidas; denunciar é um direito — não confunda as ferramentas.”
Notificação em saúde (SINAN)
Profissionais de saúde devem notificar ao mínimo de suspeita na Ficha de Violência Interpessoal e Autoprovocada. Notificar não é denunciar: a notificação qualifica os dados e orienta políticas. A denúncia é uma decisão da mulher, respeitando-se tempo, riscos e condições de segurança.
Rede de proteção e canais de ajuda
É fundamental conhecer e acionar a rede de atendimento conforme o contexto local:
- Canais: 180 (Central da Mulher) | 100 (Direitos Humanos) | 190 (emergência PM).
- Serviços: Delegacias Especializadas, Ministério Público, Defensoria, Juizados de Violência Doméstica e Familiar, Centros de Referência da Mulher, Casas/Abrigos, CRAS e CREAS.
- Princípios do Serviço Social: defesa de direitos, cidadania, justiça social, atuação multiprofissional para romper silêncios.

Educação, serviço social e psicologia: atuação integrada
A atuação intersetorial é o caminho para prevenção, identificação precoce e proteção. A escola faz escolarização, enquanto a educação é responsabilidade da família — e a ponte com o Serviço Social e a Psicologia fortalece o cuidado integral. O horizonte é ampliar equipes nas escolas, garantindo acesso e continuidade do cuidado.

Frases que ficaram
- “Romper os silêncios é um compromisso durante todo o ano.” — Saini Silva
- “O que eu penso de mim tem que ser mais importante do que o que o outro pensa de mim.” — Jaqueline
- “Não deixe o sol se pôr sobre a sua ira.” — Referência Bíblica
- “Nós precisamos usar coisas, mas amar pessoas.” — Jaqueline
Encerramento e chamada à ação
O encontro terminou com perguntas da plateia, agradecimentos às palestrantes e convite para foto coletiva, selando nosso compromisso comum. Que possamos seguir atentos o ano inteiro: praticando escuta ativa, autocuidado, comunicação assertiva e acionando a rede de proteção sempre que necessário.
Se você precisa de apoio agora, procure alguém de confiança e acione a rede: 180 | 100 | 190. Na FAZAG, seguimos de portas abertas para dialogar, acolher e encaminhar.
Participe dos próximos encontros, compartilhe estas informações e seja ponte de cuidado na sua comunidade. Pertencer, reconhecer e agir: é assim que transformamos realidades.
